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  • Escrivã É Encontrada Morta Após Sofrer Assédio No Trabalho


  • Escrivã Rafaela Drummond teria feito denúncias de assédio e pressão psicológica no sindicato.

Na quarta-feira (13), Aldair Divino Drumond, pai de Rafaela Drumond, uma escrivã de 31 anos da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que faleceu sob circunstâncias trágicas, commentou sobre o caso após a confirmação de que a Corregedoria da PCMG abriu um inquérito para investigar as denúncias de assédio e as circunstâncias envolvendo a morte de sua filha.

De acordo com o Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG), surgiram alegações de que Rafaela havia sido vítima de assédio moral e sexual, além de enfrentar uma carga excessiva de trabalho.

Foi na noite de sexta-feira (9) que os pais encontraram a escrivã sem vida em um distrito da cidade de Antônio Carlos. O caso foi registrado como suicídio, conforme consta no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da Polícia Militar.

“Busquei ela terça-feira da semana passada e na sexta aconteceu toda essa tragédia. Fiquei perdido, não entendi o que aconteceu com a minha filha. Uma menina cheia de vida, com emprego e tudo e, de repente, dá essa tragédia. Fui em outro mundo e voltei. Enterrei ela no sábado, no domingo a gente ficou vagando e na segunda saiu essa notícia que aconteceu no trabalho dela. Quero que seja elucidado esse caso”.

Mudança De Comportramento

Aldair Drumond, pai da escrivã da Polícia Civil Rafaela Drumond — Imagem: reprodução

Aldair, pai da escrivã, notou uma mudança no comportamento de Rafaela, que costumava visitar os pais em Antônio Carlos a cada 15 dias. 

Ele e sua esposa suspeitaram que a filha estivesse dedicando-se intensamente aos estudos para um concurso para o cargo de delegada, o que a deixava focada e tensa.

“Há três meses minha filha não estava no estado normal”, disse Aldair.

O pai acredita que sua filha tenha protegido a família, evitando revelar as situações difíceis que enfrentava no ambiente de trabalho.

Denúncia Da Escrivã

Rafaela morreu no último final de semana no interior de Minas — Imagem: reprodução

Segundo Raquel Faleiro, diretora do Sindep, Rafaela entrou em contato com o departamento jurídico do sindicato na semana anterior para denunciar o assédio que sofria no trabalho. 

No entanto, o conteúdo da denúncia permanecerá confidencial, conforme decidiu o sindicato, que também informou que recebeu outras denúncias e que uma visita técnica estava programada para a Regional onde Rafaela trabalhava. 

Infelizmente, não houve tempo suficiente para intervir antes do falecimento da escrivã.