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  • Mandante Da Morte De Marielle É Um Ex-Deputado, Diz Ailton Barros


  • Conversa sobre Marielle apareceu em meio a mensagens interceptadas, mas não tem relação com os fatos apurados nesta quarta nem com Bolsonaro.

Na data de ontem (3), a Polícia Federal realizou a apreensão de mensagens de Ailton Barros, ex-capitão do Exército, que afirmou ter conhecimento sobre a identidade do mandante por trás do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018, caso ainda sem solução.

O conteúdo das mensagens foi reportado aos delegados da PF no Rio de Janeiro, que conduzem a investigação do caso Marielle há algumas semanas, mas até o momento não houve impacto direto nas investigações, uma vez que o ex-capitão não revelou a identidade do suposto mandante em suas conversas.

Vale destacar que essa comunicação interceptada não possui qualquer relação com as investigações acerca dos cartões de vacinação contra a Covid-19, tampouco com o ex-presidente Jair Bolsonaro.


Sobre Os Áudios

Conforme apurado pela PF, em 30 de novembro de 2021, Ailton Barros e Mauro Cid trocaram várias mensagens de áudio.
De acordo com informações fornecidas pela Polícia Federal, em um dos áudios obtidos, Barros teria comunicado a Cid que o ex-vereador Marcello Siciliano teria intermediado a inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde. Tal atitude teria sido realizada em benefício de Gabriela Santiago Cid, esposa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Segundo o relato de Ailton Barros a Mauro Cid, Marcello Siciliano estava enfrentando problemas com seu visto em virtude do seu envolvimento no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. 

Siciliano já havia sido investigado na época do crime, mas a polícia posteriormente descartou sua participação no assassinato da ex-vereadora.

Siciliano, Mauro Cid e Ailton Barros — Imagem: reprodução

Eu Sei A P*** Toda, Diz Ailton

Na conversa, Ailton Barros diz a Cid que Siciliano estava enfrentando o problema de visto "injustamente" e argumenta que ele não teria relação com a morte da ex-vereadora.

Conforme transcrição da PF, Barros enviou a seguinte mensagem de áudio:

"De repente, nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele [Siciliano], que ele já vem tentando resolver isso a bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do do cônsul, que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha. Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda. Entendeu? ", afirmou Ailton Barros.

Ailton Barros está sendo acusado de envolvimento no esquema de falsificação de carteiras de vacinação, o qual resultou na prisão de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Morte De Marielle

A vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram vítimas de um assassinato há cinco anos, em março de 2018. Desde então, as investigações do caso estão sendo conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Capital, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro

As investigações têm sido marcadas por mudanças frequentes de delegados e promotores e poucos avanços significativos. Até o momento, não se sabe quem ordenou o crime e qual foi a motivação para a execução, mas uma das principais linhas de investigação sugere que tenha sido um crime político.