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Carla Zambelli É Suspeita De Ter Pagado Hacker Com Dinheiro Público
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Contrato mostra que dinheiro público possa ter sido utilizado para pagar o hacker que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
- Por Anderson Santos
- 03/08/2023 22h59 - Atualizado há 1 ano
Um contrato do gabinete da deputada federal Carla Zambelli, do partido PL, com uma empresa trouxe suspeitas de que dinheiro público possa ter sido utilizado para pagar o hacker que invadiu o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Jean Hernani Guimarães Vilela é secretário parlamentar do gabinete da deputada desde maio e foi um dos alvos da operação realizada pela Polícia Federal que investiga a invasão aos sistemas da Justiça.
Segundo a PF, Jean foi responsável por um dos pagamentos ao hacker Walter Delgatti, que confessou ter inserido informações falsas no sistema do CNJ em janeiro de 2023. A investigação aponta que Carla Zambelli pode ter contratado Delgatti com esse objetivo.
Após a operação, a deputada negou ter usado dinheiro público da cota parlamentar para pagar o hacker, afirmando que os pagamentos foram destinados ao cuidado de seu site.
No entanto, dados da transparência da Câmara mostram que entre outubro de 2022 e abril de 2023, ela pagou um total de R$ 94 mil a uma empresa de divulgação parlamentar.
Essa empresa tem como única dona Monica Romina Santos de Sousa, esposa de Jean - o assessor que fez um dos repasses ao hacker.
Hacker contratado por Zambelli — Foto: Reprodução
A empresa recebeu sete pagamentos mensais de R$ 9 mil cada, com um repasse adicional de R$ 31 mil em dezembro, um mês antes da invasão ao sistema do CNJ.
O hacker Delgatti forneceu extratos à PF mostrando que recebeu R$ 13,5 mil de Carla Zambelli nos meses anteriores e posteriores à invasão, e afirmou que um desses pagamentos foi feito por Jean.
O assessor da deputada foi ouvido pela Polícia Federal e afirmou, por telefone, que pagou Delgatti com dinheiro pessoal, negando que a deputada tenha utilizado a cota parlamentar para esse fim.
Carla Zambelli reiterou que nunca fez nenhum pagamento ao hacker com dinheiro da cota parlamentar, e o assessor também afirmou que a empresa de sua esposa cumpriu todos os serviços para os quais foi contratada.