Lula Bate Record Em Liberação De Emendas

Neste mês de maio o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), autorizou a liberação de aproximadamente R$ 4,5 bilhões em emendas parlamentares. 

Essa quantia representa quase a totalidade dos recursos repassados desde janeiro, que atingiu o valor de R$ 4,9 bilhões até o momento. Essas liberações ocorreram em um contexto de desafios na relação entre o Executivo e o Congresso Nacional. 

O governo decidiu abrir os cofres, em especial, após a medida provisória que estabeleceu a estrutura ministerial de Lula enfrentar ameaças de não ser aprovada. 

Com receio de não obter a aprovação, o Executivo disponibilizou R$ 1,7 bilhão aos parlamentares apenas algumas horas antes da votação da medida provisória na Câmara dos Deputados, realizada na terça-feira, dia 30.

Grande parte dessa verba foi para os partidos do Centrão — Imagem: reprodução

Até o mês de maio, o governo havia repassado cerca de R$ 347,5 milhões aos deputados e senadores. Como forma de demonstrar insatisfação, a Câmara bloqueou, no mês anterior, alterações propostas por Lula no marco do saneamento básico, aprovou o projeto de lei do marco temporal de demarcação de terras indígenas e retirou de pauta o projeto de lei das Fake News. 

Além disso, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada para investigar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e uma CPI mista foi aberta para apurar os atos de vandalismo ocorridos em Brasília em janeiro.

Como resposta às derrotas, o governo buscou aplacar a insatisfação dos parlamentares, inclusive direcionando emendas também a partidos de oposição. 

O Partido Liberal (PL) foi o mais beneficiado, recebendo um total de R$ 385,8 milhões. Outro partido que obteve um valor significativo foi o Partido Progressista (PP), com R$ 337,6 milhões.

O PT liderou a distribuição de emendas, totalizando R$ 575,9 milhões, e os partidos que comandam ministérios também foram contemplados, como o Partido Social Democrático (PSD), com R$ 568,7 milhões, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com R$ 353,4 milhões, e a União Brasil, com R$ 304,4 milhões.

Os parlamentares esperam que mais recursos sejam disponibilizados nos próximos meses. Recentemente, Lula reconheceu as dificuldades na articulação com o Congresso e admitiu que não possui uma base sólida no parlamento, o que o leva a buscar diálogo com a oposição.

A maior parte dos recursos liberados no último mês será destinada a projetos na área da saúde, com pelo menos R$ 4,1 bilhões alocados nessa pasta. 

O restante será direcionado para iniciativas de outros 13 ministérios, incluindo o Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (R$ 240,3 milhões), o Ministério da Defesa (R$ 69,4 milhões) e o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (R$ 48,8 milhões).