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Traficante Engana PF E Foge Em Helicóptero No Mato Grosso Do Sul
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Autoridades brasileiras envolvidas na operação suspeitam de vazamento das informações sobre a ação para capturá-lo.
- Por Anderson Santos
- 02/07/2023 20h04 - Atualizado há 1 ano
A Polícia Federal em conjunto com autoridades paraguaias realizou uma operação na fronteira para prender Antônio Joaquim Mota, conhecido como Motinha ou Dom, um megatraficante de drogas.
Durante a ação, foram detidos seis seguranças, sendo eles paramilitares brasileiros e estrangeiros com treinamento internacional em guerras.
De acordo com informações de uma fonte ligada à investigação, houve um vazamento sobre a operação dois dias antes, chegando ao conhecimento de Dom.
Ele estava em uma propriedade rural que abrange os territórios do Brasil, em Ponta Porã, e do Paraguai, em Pedro Juan Caballero.
Megatraficante do Mato Groso do Sul foge da PF em helicóptero — Imagem: Reprodução
Vazamento De Informações
Um dia antes do início da operação, um helicóptero pousou na parte paraguaia da fazenda, e o traficante conseguiu fugir do local. As autoridades brasileiras suspeitam que o vazamento tenha ocorrido do lado paraguaio da operação.
Um representante da Polícia Nacional do Paraguai afirmou que apenas a Polícia Federal brasileira tinha acesso às informações sobre a operação.
Além disso, foi mencionado que os proprietários da fazenda não estavam presentes no local há meses.
Quem É O Megatraficante?
Megatraficante de drogas Antônio Joaquim Mota soube da operação da PF dois dias antes da ação — Imagem: Reprodução
Antônio Joaquim Mota é o atual líder do "clã Mota", uma família com mais de 70 anos de envolvimento com atividades criminosas, segundo a mesma fonte.
Ele representa a terceira geração dessa organização criminosa, que já esteve envolvida em contrabando de café, cigarros, eletrônicos, e atualmente se especializou no tráfico internacional de drogas, exercendo grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.
Antônio Joaquim Mota, autodenominado Dom, segundo a Polícia Federal, faz referência a Dom Corleone, o líder da família criminosa mais poderosa retratada na trilogia "O Poderoso Chefão".
Segurança Reforçada
Arsenal apreendido pela Policia Federal na operação Dominus, nesta sexta-feira (1) — Imagem: reprodução
O megatraficante Antônio Joaquim Mota recrutou um grupo paramilitar para sua segurança pessoal e para as operações de tráfico de drogas.
Esse grupo é composto por brasileiros e estrangeiros, incluindo um romeno, um italiano e um grego, que possuem treinamento em segurança privada e participaram de cursos nacionais e internacionais relacionados a operações militares.
Alguns deles têm experiência em conflitos internacionais, tendo lutado na Guerra da Ucrânia, no conflito da Palestina e contra piratas na Somália.
A organização de Mota se especializou no tráfico de cocaína, trazida da Bolívia e da Colômbia. A droga chega ao Paraguai por via aérea, na região de fronteira com o Brasil, e é transportada de helicóptero para os estados de São Paulo e Paraná. A partir desses locais, é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).
Segundo informações da polícia, Mota é um fornecedor de cocaína para uma facção criminosa paulista. Ele teria relações próximas com outros grandes traficantes ligados a essa facção e que estão atualmente presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, conhecido como Minotauro, e Caio Bernasconi, também conhecido como ‘Fantasma da Fronteira’.