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Cortes no orçamento do governo: programas sociais e obras foram os principais alvos
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O Programa Farmácia Popular teve um corte de R$ 1,7 bilhões e o Auxílio-Gás perdeu R$ 580 milhões. O governo já efetivou R$ 10 bilhões em bloqueios, num total de R$ 11,2 bilhões.
- Por Camilla Ribeiro
- 08/08/2024 21h37 - Atualizado há 1 mês
Nesta quinta-feira (8), o governo federal apresentou os detalhes da maior parte do bloqueio total de R$ 11,2 bilhões nos gastos do Orçamento.
Os cortes no orçamento havia sido anunciado há quase duas semanas, com o objetivo de cumprir as regras fiscais em 2024.
Programas sociais e obras foram os principais alvos dos cortes.
O governo já efetivou R$ 10,6 bilhões desses R$ 11 bilhões..
O bloqueio atingiu várias áreas:
-o programa de Farmácia Popular teve um corte de R$ 1,7 bilhões
-o Auxílio Gás teve um bloqueio de R$ 580 milhões
- o programa Pé de Meia (que paga benefícios a jovens no ensino médio) teve uma perda de R$ 500 milhões.
-Bloqueio de quase R$ 700 milhões no Minha Casa, Minha Vida
Cortes no PAC
Um montante de R$ 3,2 bilhões foram congelados em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entre os projetos atingidos estão projetos de transporte, saúde, educação, saneamento e habitação, como o Minha Casa, Minha Vida.
Cortes sofridos por ministérios
O governo também contingenciou R$ 3,8 bilhões dos gastos do Orçamento. Nesse caso, existe uma possibilidade maior de a verba ser descongelada até o fim do ano.
Os ministérios mais impactados foram da Saúde e das Cidades foram, com reduções de R$ 4,4 bilhões e R$ 2,1 bilhões, respectivamente.
Já os setores de Transportes e Educação também sofreram cortes, perdendo R$ 1,5 bilhão e R$ 1,2 bilhão, respectivamente.
O governo ainda precisa contingenciar R$ 3,8 bilhões, dos quais R$ 2,3 bilhões já foram efetivados.
As áreas que foram mais atingidas por esses cortes foram as dos transportes rodoviário e ferroviário, melhorias em sistemas de água e combate à criminalidade.
Foi projetado um déficit de R$ 28,8 bilhões pelos Ministério da Fazenda e do Planejamento para 2024
Esse valor está dentro do limite estabelecido pelo arcabouço fiscal. O mecanismo prevê que o crescimento dos gastos deve ser de no máximo 2,5% ao ano, descontada a inflação.
Se as despesas ultrapassarem esse teto, o governo realiza bloqueios, como o de R$ 11,2 bilhões anunciado.
Para cumprir a meta fiscal de déficit zero, que não considera despesas financeiras como juros da dívida, o governo realiza contingenciamentos, que podem ser revertidos caso haja uma arrecadação acima do esperado.
Os cortes também ocorreram nas emendas parlamentares, com um congelamento de R$ 1,1 bilhão. As emendas são recursos reservados no Orçamento da União para serem aplicados conforme indicação de deputados e senadores.
Essa medida é encarada como necessária pelo governo para garantir a sustentabilidade das contas públicas.
No entanto, é alvo de críticas pelo impacto negativo em áreas essenciais como saúde, educação e programas sociais, fundamentais para a população mais vulnerável.
O detalhamento dos cortes foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União, apontando a necessidade de ajustar as contas para realizar o cumprimento das metas fiscais e evitar um rombo nas finanças públicas.